quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Resenha: O 'Índio Boca Azul' apresenta Dança Contemporânea em espaços urbanos.

A LIGA do Corpo é um coletivo formado por estudantes da Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia, tendo como formação para a intervenção 'Índio Boca Azul': Andréia Oliveira, Berg Kardy e Fábio Santos, com produção de Dirceu Mesquita e Rener Oliveira (o coletivo propõe um fluxo de artistas a cada criação proposta). Propõem em suas criações, tecer diálogos com outras expressões artísticas. Em 'Índio Boca Azul', a conversa é desenvolvida com as artes plásticas, a vídeoarte e a performance.
Curiosamente, o nome que intitula a obra nos remete a uma entidade divina, ou a um chefe de tribo indígena, mas ao contrário do que supomos, este nome foi proferido por um dos amigos convidados enquanto a LIGA fazia sua primeira apresentação. Pois, um dos intérprete estava com a boca cheia de tinta azul.
Explorando a invasão no território urbano, o deslocamento no espaço, e provocando interações com o público transeunte, a obra se reconfigura a cada apresentação. Não existe um tempo determinado para a cena, pois, a mesma só acontece com a interferência do público em fluxo, o corpo que dança, pinga, goteja e imprime cores num tecido cru que é aberto ao solo. Bisnagas com tintas são entregues para que imagens sejam criadas junto aos movimentos, às vezes lentos, outras rápidas com chicoteadas de braços e pernas, ou ainda, pausas prolongadas.
Passantes param assistir e se perguntam: é teatro? É dança? É propaganda? Tentando definir o que não está definível pelo próprio coletivo. A intervenção tem caráter experimental, visa refletir as indagações de cada intérprete, desdobrar modos de ‘pensar’ a dança contemporânea, além de investigar procedimentos que borrem os limites entre artistas e público, talvez por isso, a criação já se apresentou na 2ª Bienal de Artes da Escola de Belas Artes da UFBA; XVII ENEARTE em Vitória-ES e, contemplada pelo edital Quarta que Dança 2013, na categoria intervenção urbana.